Dayan-Úl 12:3 - Os entendidos brilharão como o resplendor do sol, no firmamento. Os que ensinam a muitos a justiça refulgirão como 'cocavím' (est-elas) para sempre. 4Mas tu, Dayan-Úl, não dês esta profecia a conhecer a ninguém; sela-a para que não seja revelada antes do fim dos tempos, quando a deslocação de pessoas de uma para outra parte do mundo, assim como o conhecimento entre os homens, tiverem aumentado grandemente!"
http://www.yaohushua.org.il/portugal/Velho/DAYAN-UL.html
O Amor: http://cid-d8ef507ebe7ab0b2.spaces.live.com/blog/cns!D8EF507EBE7AB0B2!225.entry
Medicina - O Amor, Invenção dos Homens para subjugar a Mulher?
APAIXONADO NÃO PENSA BEM: O AMOR ROMÂNTICO É UMA DOENÇA
por Luiz Felipe Pondé, para a Folha
Muitas leitoras perguntam-me se acredito no amor romântico. Sim, e vou dizer como. Adianto uma diferença: uma coisa é o amor no sentido do que dá "liga" num convívio de longa duração e outra coisa é o amor romântico (pathos), e os dois não são "parentes".
O amor no sentido de "liga" é cristão: doação, esforço quotidiano, construção de vínculos. O amor romântico é da ordem da tragédia.
Não farei uso de nenhuma pretensa sociologia do amor ou história do beijo. Esta afetação científica não me interessa. A minha descrença nas ciências humanas está além da possibilidade de cura. Parafraseando Pascal (séc. 17), quando se refere a Descartes (séc. 17): acho as ciências humanas incertas e inúteis.
Tampouco sofro da afetação das neurociências. Aqui, o amor seria apenas uma sopa com mais ou menos serotonina. Pouco me importa qual lado do cérebro acende quando amo. Ambas nos levariam a conclusões do tipo: o amor romântico seria uma invenção a serviço da ideologia burguesa e patriarcal ou alguma miserável conjunção de neurônios, como num tipo de demência senil.
Falo como medieval extemporâneo que sou. Acho a literatura medieval melhor para falar do amor romântico (como achava o mexicano Otavio Paz). Em matéria de ser humano, confio mais nos medievais do que nos homens modernos.
Segundo André Capelão (séc. 12) em seu "Tratado do Amor Cortês", o amor é uma doença que acomete o pensamento de uma pessoa e a torna obcecada por outra pessoa, criando um vício incontrolável que busca penetrar em todos os mistérios da pessoa amada: suas formas, seu corpo, seus hábitos.
Trata-se de um anseio desmedido, uma visão perturbada que invade o coração dos infelizes. Tornam-se ineficazes e dispersos. Estes infelizes deliram em abraçar, conversar, beijar e deitar-se com o ser amado, mas jamais conseguem fazê-lo plenamente (por várias razões), e esta impossibilidade é essencial na dinâmica do desejo perturbado. Corpo e alma estremecem anunciando a febre da distância.
O amor romântico é uma doença. Nada tem a ver com felicidade. Por isso a sua tendência a destruir o quotidiano, estremecendo-o.
Ou o quotidiano o submeterá ao serviço das instituições sociais como família, casamento e herança patrimonial, matando-o.
Por isso, os medievais diziam que o amor não sobrevive ao quotidiano. O quotidiano respira banalidade e aspira à segurança (irmã gêmea da monotonia, mas que a teme ferozmente), e a paixão move-se em sobressaltos e abismos. Uma pessoa afetada pela paixão não pensa bem.
Nem todas as pessoas sofrerão da "maldição do amor", como diziam os medievais. Muita gente morre sem saber o que é esta doença.
Um dos males da época brega em que vivemos é achar que toda a gente seja capaz de amar como se este fora um direito do cidadão. Com a idade e o estrago que o quotidiano faz sobre as nossas vidas e as suas demandas de acomodação dos afetos (e a instrumentalização a serviço do sucesso material), a tendência é nos tornarmos imunes ao "vírus".
O século 12 conheceu a triste história do filósofo Abelardo e sua amada Heloisa. As semelhanças desta história com os contos de amor cortês como Tristão e Isolda ou Lancelot e Guinevere é grande. Nestes contos, há sempre um impeditivo ético à paixão.
Um dos amantes é sempre casado com alguém virtuoso ou um porá em risco a vida do outro devido ao ódio ou a inveja de um terceiro (por isso, se forem virtuosos, devem abrir mão do amor). O desejo despedaça-se contra o fogo da virtude, mas não morre, apenas arde em agonia.
Daí a grande sacada dos medievais: quando desejo e virtude se contrapõe, a "maldição de amor" assalta a alma. Sentir-se pecador (e por isso não merecedor da beleza do amor) destrói a alegria, atiça o desejo e piora a doença. A melhor rota é fugir do amor, porque uma vez ele instalado, a regra é a dor.
Abelardo morreu castrado pelo tio da Heloisa. Ela, triste, foi trancada num convento. Na idade média, a Igreja recebeu muitas mulheres desesperadas, vítimas desta doença, muitas vezes, fatal. Como diz o livro Cântico dos Cânticos na Bíblia, texto inspirador da literatura cortês: "Não despertem o amor do seu sono..., pois ele é um inferno". - Fonte: http://anatividade.blogspot.com/2010/06/apaixonado-nao-pensa-bem-o-amor.html
http://www.yaohushua.org.il/portugal/Velho/DAYAN-UL.html
O Amor: http://cid-d8ef507ebe7ab0b2.spaces.live.com/blog/cns!D8EF507EBE7AB0B2!225.entry
Medicina - O Amor, Invenção dos Homens para subjugar a Mulher?
APAIXONADO NÃO PENSA BEM: O AMOR ROMÂNTICO É UMA DOENÇA
por Luiz Felipe Pondé, para a Folha
Muitas leitoras perguntam-me se acredito no amor romântico. Sim, e vou dizer como. Adianto uma diferença: uma coisa é o amor no sentido do que dá "liga" num convívio de longa duração e outra coisa é o amor romântico (pathos), e os dois não são "parentes".
O amor no sentido de "liga" é cristão: doação, esforço quotidiano, construção de vínculos. O amor romântico é da ordem da tragédia.
Não farei uso de nenhuma pretensa sociologia do amor ou história do beijo. Esta afetação científica não me interessa. A minha descrença nas ciências humanas está além da possibilidade de cura. Parafraseando Pascal (séc. 17), quando se refere a Descartes (séc. 17): acho as ciências humanas incertas e inúteis.
Tampouco sofro da afetação das neurociências. Aqui, o amor seria apenas uma sopa com mais ou menos serotonina. Pouco me importa qual lado do cérebro acende quando amo. Ambas nos levariam a conclusões do tipo: o amor romântico seria uma invenção a serviço da ideologia burguesa e patriarcal ou alguma miserável conjunção de neurônios, como num tipo de demência senil.
Falo como medieval extemporâneo que sou. Acho a literatura medieval melhor para falar do amor romântico (como achava o mexicano Otavio Paz). Em matéria de ser humano, confio mais nos medievais do que nos homens modernos.
Segundo André Capelão (séc. 12) em seu "Tratado do Amor Cortês", o amor é uma doença que acomete o pensamento de uma pessoa e a torna obcecada por outra pessoa, criando um vício incontrolável que busca penetrar em todos os mistérios da pessoa amada: suas formas, seu corpo, seus hábitos.
Trata-se de um anseio desmedido, uma visão perturbada que invade o coração dos infelizes. Tornam-se ineficazes e dispersos. Estes infelizes deliram em abraçar, conversar, beijar e deitar-se com o ser amado, mas jamais conseguem fazê-lo plenamente (por várias razões), e esta impossibilidade é essencial na dinâmica do desejo perturbado. Corpo e alma estremecem anunciando a febre da distância.
O amor romântico é uma doença. Nada tem a ver com felicidade. Por isso a sua tendência a destruir o quotidiano, estremecendo-o.
Ou o quotidiano o submeterá ao serviço das instituições sociais como família, casamento e herança patrimonial, matando-o.
Por isso, os medievais diziam que o amor não sobrevive ao quotidiano. O quotidiano respira banalidade e aspira à segurança (irmã gêmea da monotonia, mas que a teme ferozmente), e a paixão move-se em sobressaltos e abismos. Uma pessoa afetada pela paixão não pensa bem.
Nem todas as pessoas sofrerão da "maldição do amor", como diziam os medievais. Muita gente morre sem saber o que é esta doença.
Um dos males da época brega em que vivemos é achar que toda a gente seja capaz de amar como se este fora um direito do cidadão. Com a idade e o estrago que o quotidiano faz sobre as nossas vidas e as suas demandas de acomodação dos afetos (e a instrumentalização a serviço do sucesso material), a tendência é nos tornarmos imunes ao "vírus".
O século 12 conheceu a triste história do filósofo Abelardo e sua amada Heloisa. As semelhanças desta história com os contos de amor cortês como Tristão e Isolda ou Lancelot e Guinevere é grande. Nestes contos, há sempre um impeditivo ético à paixão.
Um dos amantes é sempre casado com alguém virtuoso ou um porá em risco a vida do outro devido ao ódio ou a inveja de um terceiro (por isso, se forem virtuosos, devem abrir mão do amor). O desejo despedaça-se contra o fogo da virtude, mas não morre, apenas arde em agonia.
Daí a grande sacada dos medievais: quando desejo e virtude se contrapõe, a "maldição de amor" assalta a alma. Sentir-se pecador (e por isso não merecedor da beleza do amor) destrói a alegria, atiça o desejo e piora a doença. A melhor rota é fugir do amor, porque uma vez ele instalado, a regra é a dor.
Abelardo morreu castrado pelo tio da Heloisa. Ela, triste, foi trancada num convento. Na idade média, a Igreja recebeu muitas mulheres desesperadas, vítimas desta doença, muitas vezes, fatal. Como diz o livro Cântico dos Cânticos na Bíblia, texto inspirador da literatura cortês: "Não despertem o amor do seu sono..., pois ele é um inferno". - Fonte: http://anatividade.blogspot.com/2010/06/apaixonado-nao-pensa-bem-o-amor.html